sábado, outubro 29, 2005

Cooperação e competição

Numa equipa ou grupos de pessoas qual será a melhor atitude a adoptar? Cooperar com os outros ou simplesmente competir?

Várias respostas são dadas, sendo a politicamente correcta cooperar, para muitos a verdade nua e crua é que preferem competir com os outros e vencer e destacar-se, mas a realidade é que em muitas situações a opção que nos leva mais longe no alcançar dos objectivos propostos é uma mistura de cooperação e competição.

Num grupo equilibrado várias opiniões levam a melhores respostas, na verdade a solução alcançada é muitas vezes superior à soma das várias partes. Mas sem a competição não somos levados a fazer mais e melhor que os outros, mas também em comparação com as nossas conquistas no passado.

Mas e quando estamos inseridos num grupo desequilibrado? Se somos bons, só podemos competir connosco, mas e a cooperação? Muitas vezes a partilha do nosso conhecimento leva a maior desenvolvimento do trabalho final, embora se deva deixar claro que a cooperação pode terminar se não existir um interesse em trabalhar por parte de todos.

Se somos o elo mais fraco do grupo, e a fraqueza de um grupo é o seu elemento mais fraco, temos todo o interesse em cooperar.

Mas depois de tudo isto, talvez a lição mais importante a reter é que muitas vezes o mais importante é o bem-estar no interior de um grupo, uma chave que leva à glória ou ao fracasso. E depois a competição pode não levar a nada, não é sempre preciso estar a competir, mesmo connosco.

terça-feira, outubro 25, 2005

Viajar

Porquê viajar?

Quando estamos num país que não o nosso libertamo-nos do olhar nacionalista e podemos encarar as pessoas, situações e locais de uma forma livre, e acima de tudo sincera sem um filtro de preconceito.

A nossa mente expande-se, os nossos horizontes e a nossa capacidade de relativizar sofrem um choque que nos obriga a olhar para o mundo de uma forma diferente a partir daí.

Culturalmente mais ricos, o nosso próprio país nos parece diferente.

Para além do mais, sem viajar como podemos ter aquela sensação reconfortante de voltar a casa.

O João

O João acorda às seis da manhã, ajuda os pais a tratar dos animais, arranja-se e toma o pequeno-almoço e vai apanhar uma camioneta para a escola. Após uma hora de viagem, tem um dia inteiro de aulas com matérias que não lhe dizem nada, os professores olham para ele como mais um mau aluno e sente que as dificuldades no sexto ano já são demais para ele. Gostava era de trabalhar e ganhar algum dinheiro mas não pode deixar a escola até fazer 16 anos, o que vai acontecer para o ano. Até lá sempre tem os colegas que lhe fazem companhia nos jogos de futebol nos intervalos.

As aulas acabaram e espera-o mais uma hora até chegar a casa. Chega e casa e volta a ajudar os pais a tratar da quinta. Já são horas de jantar, ver um pouco de televisão e ir dormir. Mais uma vez os trabalhos de casa não se fizeram, sabe que os professores vão ralhar mas o João já não liga.

sábado, outubro 15, 2005

A educação

Depois de ver A Revolta dos Pastéis de Nata, fiquei apreensivo com o estado actual do ensino, não porque surgiram novos dados, mas pela reflexão momentânea e o instantâneo balanço que fiz entre os aspectos positivos e negativos.

Os nossos alunos não são mais burros que os outros, os professores têm acesso às mesmas técnicas pedagógicas e conhecimentos científicos que os outros, o investimento efectuado são acima da média, então que falha?

Do programa ficou-me uma ideia: primeiro deve-se educar o país, associada a outras penso que explica mais do estado de sítio da educação, nomeadamente a desorganização, currículos muito bonitos mas que não ensinam a pensar, reflectir, levando a enfatizar a memorização como chave para o sucesso, professores desconsiderados, desanimados e seleccionados tendo em conta referências erradas.

Mas será que isto explica tudo? Não, faltam ainda muitos motivos, como a demanda nacional de um aluno, um doutor, desprezando os cursos técnicos, falta de visão estratégica (será que alguém acredita no plano tecnológico deste governo?), enfim parece que nada funciona bem na educação. E se calhar tirando casos pontuais, quase sempre associados à carolice dos professores, o eterno suporte de um bom sistema de ensino, nada funciona bem em Portugal.

A classe docente é da mais atacada pela sociedade, que a escolheu como bode expiatório do descontrole financeiro do Estado, mas a mesma sociedade apenas se levanta para louvar medidas que levam ao sucesso, mesmo que fictício dos alunos, e nunca para exigir seriedade da avaliação?

Sim, referi as palavras proibidas, avaliação, rigor, exigência, seriedade.

Muito falha no ensino, mas a começar por algum lado, que tal criar mecanismo sérios de avaliação, não só dos alunos mas também dos professores para determinar as falhas, melhorias necessárias e credilibilizar um pouco o sistema de ensino?

sábado, outubro 08, 2005

Campanha

A menos de 24 horas do início das eleições autárquicas, o que fica desta campanha?

Quase de certeza que os cartazes colocados pelos candidatos em tudo o que é poste, rotunda, placard, e sei lá mais o quê, ficaram no sítio até caírem, porque o hábito de limpar o lixo ainda não é uma atitude cívica suficientemente enraizada na nossa sociedade.

O fraco debate de ideias que ocorreu, preferindo-se o ataque pessoal, a distribuição de beijos e apertos de mão acompanhados pelo avental, saca de plástica, autocolante e folhetos com as fotografias dos candidatos, a alusão a projectos irreais, a inauguração de dezenas de obras, acabadas ou não, ficando a ilusão de muito quando a realidade é pouco ou nenhum conteúdo.

Aparentemente esta foi a campanha mais cara de sempre, como também aqui em Soure com a maior produção de poluição sonora de sempre. Será que este é um investimento que irá ter algum aproveitamento? Apenas espero que o tenham gasto em almoços e jantares, porque os folhetos, cartazes, bandeiras e objectos demais segunda feira serão lixo e nada mais que isso, lixo.

Domingo à noite Portugal ira saber duas coisas, pelo menos: se Portugal é um país onde os suspeitos e fugitivos à justiça triunfam e o péssimo hábito português de considerar a abstenção elevada normal triunfou mais uma vez. Na minha opinião o voto da censura é o voto em branco, uma forma de passar a notícia que estamos descontentes com os candidatos existentes, ao contrário da abstenção, apenas mais uma forma de encolher os ombros e permitir a toda esses candidatos que apelidamos de inúteis, incompetentes permaneçam nos lugares e prosperem.

domingo, outubro 02, 2005

Realidade

A realidade pode ser onde os nossos sonhos se concretizam, onde tudo o que desejamos se torna realidade, o espaço onde a felicidade se torna palpável, enfim, o fim do arco íris.
A realidade por vezes é muito pior que os nossos pesadelos. Porque é pior? Porque os pesadelos existem apenas na nossa mente, enquanto a realidade é o temos que enfrentar 24 horas, sete dias por semana.